fALTOu con, fALTOu tro, fALTOu le.

Me faltou o último pedaço daquela torta insossa,

me faltou uma vaga no carro velho,

me faltou um lugar no sofá desbotado pra novela que passava,

me faltou assim, sabe, sim.

Me faltou você pra par,

me faltou amor pra completar,

me faltou uma vida pra lutar,

me faltou assim, sabe, sim.

Faço tudo, uso de tudo!

E me faltou o tic,

o tac,

assim como o tac,

o tic.

Faço tudo, uso de tudo!

fALTOu con, fALTOu tro, fALTOu le,

fALTOu con, fALTOu tro, fALTOu le,

fALTOu con, fALTOu tro, fALTOu le.

Faço tudo, uso de tudo!

Era a idade que trazia o esquecimento,

Não, não era!

Era o lugar que me trazia isolamento,

Não, não era!

Era...não!

Faço tudo, uso de tudo!

Faltou ver que quem fez a torta fui eu,

faltou ver que quem é dono do carro sou eu,

faltou ver que quem é dono do sofá sou eu,

Mas eu? Eu? Faço tudo, uso de tudo!

Por que não me dei um pedaço?

Uma carona?

Um lugar?

Tic, tac!

Sou solidário, isso é fato!

Mas me faltou ver que a torta estava intacta,

que o carro estava vazio, e que a TV nem sequer ligada estava.

Tic, tac!

(Enganei-me) Sou solitário!

Tic, tac!

Me faltou a imagem no espelho,

me faltou a pupila dos olhos,

me faltou sair do estado incólume.

Tic, tac!

Passou por mim algo rápido,

mas corria como louco nu,

atrás do tic, atrás do tac!

Até que fui ao chão que antes nem parecia existir,

desconfortável, quem diria...

Chorei lágrimas de sangue,

comi o pão amassado do ditado,

isso porque estive num híbrido ALTO,

controle!

Mas agora me tenho porque te tenho!

Me acompanhas num pedaço delicioso de torta feita por mim?

Queres uma carona no meu carrão?

Ou ainda vamos ao cinema?

Agora estou no ALTO,

equalizado com, com o trole!

Agora que tenho imagem nua e nítida diante do espelho não faço tudo, uso a mim e tenho tudo!