sábado, 2 de maio de 2009

Testemunho para vermes


Abusos, absurdos, indignantes situações!
Um mundo assim, cheio de suas peculiaridades,
de suas frescuras!
De pessoas mascaradas as quais nos pisam,
as quais são pisadas.
Quando e onde nos sentimos substituíveis,
talvez eu não queira ser como isso.
Não, eu às vezes me afogo em pensamentos,
vou até ao fundo do poço,
lá tento encontrar meu vácuo, tento me encontrar...
Com fortes emoções meu coração palpita,
a fugacidade do tempo se torna comoda.
Injúrias, falsos júris, porcalhadas!
Ao tentar fugir deparo-me com mais e mais vermes!
Ah! E o que fazer? Paro, penso, olho meus botões,
digo-lhes que o mundo não é o que se parece,
abuso de ironia e assim crio uma situação interessante,
será que recebemos realmente uma força gravitacional
ou será que estamos sendo sugados para sermos só mais um fóssil,
só mais comida de verme!
Destinados a choros falsos ou não,
é tudo muito perigoso,
só quem se aventura sabe!
Me encontro enlouquecido,
à beira da minha própria cova,
cavada por vermes como de costume.
Nem que isto seja inútil,
apunhalo meu braço até sangrar muito,
na necessidade de batalhar.
Dia após dia canso de esperar que seres olhem para o passado,
mudem um presente, melhorem o futuro...
Morro quantas vezes forem necessárias,
mas vê-los-ei mudar esta sucção e fazermos história.
Tentarmos ao menos.
Consciente já, digo-lhes que tenho medo de minhas palavras,
que em cada tonalidade se escondem outras,
que se você não pode enxergá-las morra e volte, recomece!
Abestalho-me ao ver que minhas palavras são usadas como clichês,
que estou rodeado de pessoas surdas e mudas,
de pessoas com sorrisos híbridos,
sem nem sequer apresentarem um dente de dignidade.
Abuso mais agora de franqueza quando digo-lhes:
-Seus hipócritas! Continuem olhando para suas barrigas,
construa muito para você, garanto-lhes que será muito útil!
Vocês com certeza serão apetitosos aperitivos de vermes.
E antes de morrer novamente exalto-me dizendo-lhes:
-Se me julgam um verme nojento, não se toquem!

Um comentário:

Sofia Galvão disse...

E você, o que faz pra mudar o seu entorno?